TREPATORS FOUR - PICO DO SOL - CATAS ALTAS
"Pô!O Trepators é isso?Moleza!Enquanto vocês descansam,deixa eu fazer umas flexões aqui".Daniel
Seis e vinte da manhã do dia onze de Junho de 2011.Enquanto fazíamos a última pose para foto antes de partir para o Caraça, Luís Alberto devia estar em algum beco imundo com um cachorro lambendo o seu rosto.Oito integrantes e três estréias: Marcos Santos,Henrique e o falastrão Daniel.Vaquinhas pastando nos montes verdes de Barão de Cocais por algum motivo remetiam os colegas às lembranças de suas mulheres,ou melhor,das mulheres dos colegas.Era um tal de "Tchau,Aline!!!!,tchau Júnia!!!,tchau namorada do John Rambo!!!" tudo no mais profundo respeito,é claro.
Estreantes preocupados com a prova de fogo que viria a seguir: a subida ao Pico do Sol.
Nada melhor que estrear um uniforme em um local considerado de nível muito difícil pela sua trilha íngreme e sem sombra.E tão logo nos encontramos com o guia Neneco começou a caminhada.Juntaram-se a nós um simpático casal de bombeiros civis:Marcelo Truran e Ana Cláudia que posteriormente iriam sofrer com os gases expelidos por alguns. Seguimos rumo à Cascatinha lá pelas 10:00. O pico a ser conquistado é o famoso Pico do Sol,o ponto culminante de toda a cordilheira do Espinhaço.
O abraço do abominável homem das trepadas e o sorrisinho suspeito do Dênis.
Tão logo passamos pela Cascatinha a subida foi ficando mais braba.Uma mata de transição mais à frente,mata atlântica se unindo ao cerrado. Daniel falando como uma lavadeira foi surpreendendo a todos que esperavam que em algum momento se arrastasse como uma porca prenha.O Marcos se destacava,não pelo vigor físico mas pelo seu tênis vermelho.O Moreira subia em algumas pedras tentando criar uma ilusão nas fotos de forma de quem as visse iria pensar que estava em um precipício,porém não passava de quatro metros de altura.
"A sua braguilha está aberta,sr. fotógrafo" Observou Henrique
Após algumas horas de caminhada aconteceu o que mais temíamos: a emissão de gases GLP: gases liquefeitos de peidos.Aqueles que se posicionaram por trás do Dênis (sempre alvo de piadas de duplo sentido) e do Moreira sofreram com o mau cheiro de linguiça,chouriço,mandioca e outros alimentos roliços. A coisa se agravava quando a trilha se estreitava,como no Portal.Passamos por um lugar único no Caraça.Um complexo de pedras em que uma delas possui um orifício moldado pelo vento e chuva que formou algo muito parecido com o mapa de Minas.Logo ao lado uma travessia de mais ou menos um metro de largura que fez o Soarão tremer, a ponto de dar as mãos ao Neneco para atravessar,seguido de risos maldosos dos outros.
"Qualé...só tô pegando na mão do Neneco para cumprimentá-lo.Se foi na travessia da fenda é só uma coincidência". Justificativa gay.
O fato de ter uma mulher nos acompanhando não causava nenhuma vergonha àqueles que peidavam à vontade.Era como se os seus esfíncteres anais não tivessem mais nenhuma prega.Como se os donos destes ânus não tivessem controle sobre eles.E assim fomos subindo.Passando por um canal de água para nos abastecer acompanhamos o que foi uma tentativa frustrada de um Le Parkour de Marcos e Henrique. Formação rochosa diferente é nessa trilha do Sol. Tem-se a impressão de não haver nada parecido em lugar nenhum.A mente viajava nas formações que se pareciam com camelo,tartaruga,gato,ET e uma das melhores: a bruxa.
Le parkour...falou...entaõ tá...
Depois de quase quatro horas caminhando o Neneco nos mostrou o local conhecido como Concha. Um abrigo natural para os caminhantes que ali pernoitam.Uma boa notícia era que ali seria o nosso último ponto de parada,pois caminharíamos somente mais meia hora.A má notícia é que ainda teríamos que cheirar os gases do Dênis e Moreira por mais 30 minutos. Alguns andando como zumbis,outros como caminhão tombado com excesso de peso e assim foi a nossa chegada no cume do Pico do Sol. O Daniel,que todos apostavam que seria deixado na trilha para o apanharmos na volta,chegou surpreendentemente bem.Moreira e Dênis mais magros,depois de expelirem todos os gazes do corpo.Henrique e Marcos,magrelos,aguentaram bem também.
Panetone e mussarela. A cozinha italiana na serra.
Após 13,5 km , 4h e 45min de caminhada e inalação de gases, chegamos ao ponto máximo do Caraça e de todo Espinhaço: O Pico do Sol com 2070m de altitude.Uma jornada sem igual.Cansativa e belíssima,num imponente marco do Caraça.Feliz com a conquista o Moreira corria como uma garça no cume,"batendo as asas".Nós olhávamos aquilo e perguntávamos:"O que o Moreira está arrumando,meu? Que viadão". Mas aquele sentimento de conquista era mútuo. Zaca e Dênis,sempre os mais zoados.Daniel,o falador. John e Soares,os metidos a conquistadores. Moreira,o pássaro destemido.Henrique,sarcástico e Marcos,o sorridente.Ainda ouvimos o Daniel dizer que não poderiam demorar no cume pois teriam que ir numa festa na casa de um otário no dia seguinte,mal sabendo o Soares que o otário era ele,o aniversariante do dia.Uma festa surpresa dos trepatorianos no dia 12. O cansaço e a sensação daquela que seria uma das nossas maiores conquistas. A bandeira trepatoriana agitou-se ao vento para a posteridade.Dênis,Heraldo,Daniel e Henrique ergueram o manto trepatoriano numa alusão à batalha de Iwo Jima,uma clara menção aos Fuzileiros Navais. "Era fim de tarde e o grupo Trepators hasteava a sua bandeira no cume do Pico do Sol". assim disse Marcelo Truran,o nosso amigo bombeiro civil.
"Era fim de tarde e o grupo Trepators hasteava a sua bandeira no cume do Pico do Sol".Marcelo Truran. Assim terminamos essa grande aventura. Agradecemos aos amigosMarcelo Truran e Ana Cláudia, que acabou torcendo o tornozelo na volta e acabou sendo socorrida pelo Trepators. Aí virou gozação.Os socorristas que foram socorridos pelos Trepators. Um fim de atrde inspirador na volta e um jantar gostoso demais no santuário ´para finalizar. este foi o TREPATORS FOUR.
"Nana,nenê...que a Cuca...não...acho que a Cuca não vem não".
INFORMAÇÕES TÉCNICAS:
TREPATORS FOUR
Nível de dificuldade: Difícil.
Distância BH-Catas Altas : 120km
Distância trilha Pico do Sol: 13,5 km
Duração de caminhada: 4h e 45min
Pontos de água:Bom durante o trajeto. Inexistente próximo ao cume.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
Ao guia Neneco.
Aos bombeiros civis Ana Lúcia e Marcelo Trurán.
ÁLBUM DE FOTOS:
Em 11 de Junho de 2011...
