17 de maio de 2016

Relato de Trepadas 15 Pico dos Marins

                                                             por Marcelo Duraes Barreto

Em 27 e 28 de Junho de 2015.Tribo: Soares, Heraldo,Léo, Ventura,Gomão,Chimen, Evaldo,Agenor,Silvano,Luís,Zaca,Gladston e Marcelão.


 A nossa 16ª expedição. 
Tema:Arquivo X. Trinta anos de um grande mistério. 

A bela arte da Yellow Design



PRELÚDIO: O codinome "Arquivo X " surgiu pelo fato de se fazerem neste mês de Junho de 2015 trinta anos do desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio,nessa mesma trilha do Pico do Marins. Caso sem solução até os dias de hoje. Cogitaram inclusive uma abdução.

A silhueta do escoteiro


Marins visto da Via Dutra



A nossa 16ª expedição foi realizada no Pico dos Marins,localizado na cidade de Piquete/SP,bem próximo da divisa com Minas,na Serra da Mantiqueira,uma das montanhas mais altas do estado de SP com 2420m acima do nível do mar sendo a 26ª entre as montanhas mais altas do país.O pico atrai os amantes do montanhismo,não só pela dificuldade  de subida mas pelas belezas das regiões que o cercam,proporcionando uma ampla e fantástica vista do Vale do Paraíba,sul de Minas e as serras paulistas.
Saímos de BH mais ou menos 02:00h sentido São João Del Rey para pegar o guia que iria nos acompanhar. Comboio com três veículos,começa a expedição e com ela a zueira,a única utilidade dos rádios...rsrsrsrs...
Não muito distante uma primeira parada para relaxar as pernas e tomar um café,e claro,perguntar o caminho. Na primeira rotatória três voltas...kkkkkkk...o GPS mandava entrar onde não existia estrada(obs:GPS do presidente.Ainda bem que ele esqueceu o maldito na outra expedição). depois de acertar as coisas chegamos em São João Del Rey lá pelas cinco da manhã onde estava o Loyola. Aí eu não sabia se ele era guia ou locutor...kkkkkk...zueira,gente fina o camarada mas não parou de falar um minuto...
Chão que não acabava mais até avistar os primeiros pontos lá de longe,o Marins. Com o passar dos km foi ficando imenso e deu para perceber que não seria nada fácil a caminhada.

Comecinho da trilha

Ponto de partida


Chegamos em Piquete lá pelas 13:00h,paramos na estrada para o Delegado ir até à cidade comprar um cobertor . Houve também uma parada numa cidadezinha chamada Minduri onde as atendentes ficaram com medo de tanto homem junto na padaria.
Enfim,chegamos no estacionamento bem no pé da montanha,lugar espaçoso com muitos moradores e cachorros e alguns carros estacionados mostrando que tinha gente no pico. Já estava bem tarde para um começo de caminhada, o guia tomou o seu lugar apressando a galera dizendo sobre o grau de dificuldade que seria subir o pico principalmente se a noite caísse. Cada um arrumou suas coisas,uma pose para a foto oficial e começamos a caminhada.

Equipe Trep 16    



No Morro do Careca o Pico dos Marins ao fundo

  O guia começou com passos largos e senti que não seria fácil. Luís e eu pegamos o ritmo do Loyola,os demais em seus ritmos e paradas e o guia apressando mais a passada e os outros ficando mais para trás. As horas passam rápido demais quando você está envolvido com algo que lhe concentra e lá não foi diferente. Fiquei preocupado com a galera lá atrás mas sempre acompanhando o guia. Paramos nua certa altura e aguardamos a galera,onde dava para os avistar subindo devagar. Foram aparecendo os primeiros até os últimos. Loyola juntou a galera e falou da necessidade de apertar o passo mas a gente que conhece o grupo sabe das limitações de alguns e voltamos à jornada. Ele apertou mesmo o passo e eu e Luís na cola dele. Nesse momento de parada nosso amigo Zaca fitou o olhar como menino apaixonado e nem piscou ao ver as panturrilhas do Loyola."Nossa!!Que panturrilha você tem...eu malho,malho e não consigo uma panturrilha dessa". Muito gay.

Luís: um trepatoriano.
Polar: O iluminado


Chimê: o estreante

Zaca: sem definição

A névoa juntamente com a noite caiu rápido e aí entendi o porquê da pressa do guia. A dificuldade aumentou e com ela a escuridão.Chegamos num ponto mais sinistro,onde achei por alguns minutos que não ia dar certo,isso sem falar na trilha que não dava mais para ver.Enfim chegamos no acampamento onde passamos a noite. O Loyola,o Luís e eu já estávamos com as barracas armadas e nada da galera chegar.

Marins: um dos lugares mais bonitos em que estivemos

Piquete/SP

Estranho ser de touca no acampamento

O primeiro à esquerda:queria desistir com 30 minutos

Depois de um bom tempo as luzes das lanternas apareceram ainda meio longe e a escuridão tomou conta e a galera chegando um a um,todo mundo acabado. Cada um arrumou o seu canto e nosso amigo Gomão estava exausto,caindo no sono assim que montou a barraca e acordando só no outro dia. Os caras colocaram suas barracas muito próximas umas das outras,não dando nem para caminhar entre elas.Vendo isso,o guia Loyola disse à galera para se desapegar...rsrsrsrss...para montarem as barracas menos juntas,mas o pessoal do Trepators é apegado e montaram as barracas quase uma em cima da outra.
O nosso amigo Silvano teve forças para montar a sua cozinha,o que deixou o guia um pouco assustado pelo excesso de comida e pelo botijãozinho que carregamos a trilha acima. A confraternização não pode faltar pro Bundudão...kkkkkkk...
 De madrugada uma ventania que parecia que iria levar as barracas e o Soares jura que ouviu o Luís rezando de madrugada para o frio acabar,pois o seu parceiro de barraca,o Mulambo,no meio da madrugada o abandonou para ir dormir no meio dos irmãos Chimen e Braga,sem se preocupar com as encoxadas em família.










Amanheceu. Dormir que é bom quase ninguém dormiu e tomamos um café. Completamos o restante sem peso. O Gladston não conseguiu acordar para o ataque final. Com todos mais descansados chegamos rapidamente ao cume do Marins e encontramos com uma galera que havia acampado lá em cima. Curtimos a paisagem...o que te renova... e ficamos sabendo por eles sobre o coreano que havia se acidentado no dia anterior,quando na nossa subida ouvimos o helicóptero do Águia de São Paulo indo resgatar o coreano,cuja uma pedra rolou sobre ele provocando algumas fraturas.
Bebezão
Luís e o autor do relato, Marcelão.

Houve uma entrega de brevê à todos pela conquista,um ato muito bacana pelo alto grau de dificuldade.
curtimos o lindo visual lá de cima e o guia Loyola aproveitou para passar umas dicas,para sermos mais táticos e outra informações importantes para todos.
Retornamos ao acampamento e lá o Gladston recebeu o seu brevê. Quando nos distraímos e sentimos a sua falta,olhamos para o alto a lá estava ele,subindo sozinho para fazer valer o seu prêmio. Ao chegar no acampamento foi recebido com aplausos por todos pela sua garra,sendo este um dos momentos mais marcantes da história do Trepators.

Ataque final no dia seguinte

Cerimonial de brevetamento

Delegado
Evaldo Braga
Bebezão
ESPARTANOS...O QUE VOCÊS SÃO???

                                                             Luís Alberto
Ace Ventura
Leozão
John Mulambo

Gladston caminhando sozinho para a glória. Momento único no Trepators.

Na descida encontramos um cão que resolveu nos guiar e a cada vez que entrávamos por um lugar errado ele parava e latia compulsivamente,indicando o caminho correto.
No retorno à BH, resolvemos pegar uma estrada de terra para Passa Quatro,o que não deu certo pelo barro,porém tivemos a oportunidade raríssima de ver um filhote de jaguatirica.
Tive que escutar Polar,Luís e Loyola falar sobre filmes até São João Del Rey.
Assim foi a nossa jornada 16!


ÁLBUM DE FOTOS: