Relato de Trepadas 3,por Alexandre Polar

TREPATORS 3 - PICO DA LAPINHA - LAPINHA DA SERRA 

"Ééééé...o Castilho tá bonito,né? Tá parecendo um deus grego...só faltou o raminho de oliveira."  Agenor.


Chegou a hora da terceira conquista.Hora também de respirar novos ares.Saindo um pouco da Serra do Caraça e visitando pela primeira vez a Serra do Cipó,mais precisamente em Março de 2011. Desta vez uma boa adesão garantiu boas risadas.Oito integrantes. Saímos não tão cedo no Sábado e encaramos uma estrada de terra depois de Cardeal Mota no sentido à Santana do Riacho com poeira de afundar o pé.Na parada em Santana do Riacho era impossível olhar para o Agenor e não rir de seus cabelos amarelos de poeira.
Chegando em Lapinha, fomos muito bem recepcionados pela simpática Tia  Cláudia.



                               PM  nunca dispensa uma boquinha


Na casa de Tia Cláudia conhecemos o nosso guia, o Vicente,que gosta de ser chamado por Preto.Gente fina demais.Passadas as apresentações,começamos a caminhar naquele pequeno paraíso escondido entre a Serra e a represa.Por volta de 10h e 30min começamos a subir.O Castilho,numa tentativa irritante de levar o militarismo para o meio do mato,só chamava o Soares de "Sô cabo", quando foi advertido "militarmente" para que ali no meio do mato poderia ser só "Soares" mesmo.


                  Equipe Trepators unida,pois a união faz o açúcar



Como o Castilho estava chamando muita atenção,logo  o Agenor arrumou um apelido para ele: "Cara de Zaca".Nas poucas vezes em que havia silêncio,logo alguém quebrava com "Húúúú,Didííííííí!!!"Na parte baixa de Lapinha,várias cachoeiras e um rio que deságua na represa.Na primeira subida rumo à trilha para o pico,uma subida forte,a mais forte até o cume logo de cara,porém a parte alta da trilha é mais tranquila.Lá do alto a represa já dava o ar de sua graça.A represa se chama Coronel...quer saber? Procure no Google,pois aqui não daremos "moral" pra coronel nenhum,não.

 
              Quando haverá uma represa que terá o nome de um soldado? 


Subindo num ritmo tranquilo,fomos acompanhando o Preto numa trilha simples,que não dá para se perder.O De Oliveira,que nos acompanhava pela primeira vez, ingeriu uma quantidade anormal de pão com salame que o fazia alternar gozações com momentos de palidez. O Agenor abusava de poses sexys nas fotos,enquanto o Dênis foi agraciado com o posto de frango da expedição.O John ficava olhando as planícies no alto da montanha e dizia: "É um cenário parecido com o Senhor dos Anéis,né?",e olhando para o alto vimos uma cruz no cume da Lapinha,aumentando a nossa preocupação com o Luís Alberto,que poderia entrar em chamas. O Moreira tentava convencer o guia a passar pelo lado mais difícil da trilha, e às vezes liderava a fila que com o Moreira à frente ficava ainda mais indiana.



                                         "Eu vou,eu vou...comer o Zaca eu vou..."





Bem na parte alta da trilha encontramos uma cabana em ótimo estado de conservação,lugar para recarregar as energias para o ataque final.Ali se iniciava a última parte do trajeto.Em poucos minutos estaríamos no segundo ponto culminante da Serra do Cipó, o Pico da Lapinha com os seus 1686m de altitude. Logo quando voltamos,notamos que as passadas do De Oliveira foram ficando mais curtas e a indigestão formava um misto (não o misto quente) de mal estar e cansaço.O Agenor "colou" nele,para uma provável ajuda. Na arrancada final, o Luís foi o primeiro a fincar o pé no cume da Lapinha e por incrível que pareça descansou ao lado  da cruz,sem que nada lhe ocorresse.

 
 
Momento de tensão: Luís muito próximo da cruz.Poderia virar cinzas de repente.


Ficamos em torno de uma hora no cume.Lá tinha sinal de celular, o que possibilitou à namorada do Heraldo dar uns esporros nele.Após o John tomar "aquela jantada",nossas atenções se voltaram para o Moreira que tava puto da vida com o fabricante do tênis "FILA", que literalmente "abriu o bico". Entre uma justificativa e outra, dizendo que o tênis era novo,original,blá,blá,blá...o Soares deu a ideia ao Moreira para retirar os cadarços e amarrá-los em volta do tênis,mostrando com isso que não se tornou líder por uma imposição ditatorial e sim por uma liderança natural.

 
                         Tênis popular. Conhecido do Oiapoque ao Xavantes. 


Retornamos então com destino às cachoeiras. Notamos que o Agenor estava meio estranho nesse dia,fazendo poses um pouco suspeitas para as fotos. Nossas suspeitas no entanto não foram em vão.Na parte baixa,nas cachoeiras,o Agenor soltou essa pérola: "Ééééééé...o Castilho tá bonito,né? Tá parecendo um deus grego.Só faltou um raminho de oliveira atrás da orelha".


 
  Notem como o Agenor segurou com volúpia o caule da canela de ema. 


Após o Moreira tentar em vão convencer o Preto a retornar pelo caminho mais difícil, chegamos às belas  e pequenas cachoeiras de Lapinha da Serra. De repente o De Oliveira se afastou do grupo e se encolheu num canto,como uma cachorra prenha prestes à dar a luz. Gemidos e  sons de "Juuuuucaaa" rompiam o silêncio daquele paraíso. Refeito da indisposição estomacal,o De Oliveira se juntou a nós na cachoeira. 




"Éééé...o Castilho tá bonito,né? Tá parecendo um deus grego.Só faltou o raminho de oliveira."


Após umas braçadas mal dadas de Soares e Heraldo,péssimos nadadores, ficamos insistindo para que o Dênis deixasse de franguice e entrasse na água,porém,com a água batendo em suas canelas,só respondia que não sabia nadar.O De Oliveira estava ao seu lado. De repente uma cobra d'água atravessa na frente do De Oliveira,desvia-se,pois é cobra mas não é burra e vai direto ao encontro do Dênis.O De oliveira,com uma calma característica dos famosos psicopatas,apenas avisa ao Dênis: "Olha a cobra aí,zim". O Dênis entrou em parafuso,como um travesti que teve a sua peruca roubada e começou a estapear a água freneticamente.Na dúvida, pulou no poço e para quem não sabia nadar estabeleceu o novo recorde de Lapinha da Serra,atravessando o poço em meia dúzia de braçadas.Arrancou gargalhadas de todos os presentes,incluindo trepatorianos, guia e outros turistas que estavam próximos,inclusive crianças.




      Quer saber se o cara é homem? Dê um susto nele.O Dênis foi reprovado. 


Depois da histeria de risos provocada por Dênis voltamos ao vilarejo onde uma moradora alertou ao Zaca sobre não poder andar de sunga pelas ruas.O Zaca,de sunguinha,ainda quis render assunto:"Onde está escrito que não pode andar de sunga aqui"? mas demos um jeito para que ele se vestisse.Nos reunimos de novo na casa da Tia Cláudia,que nos recebeu com muita alegria e disse nos ter visto de sua casa,onde fez contato com o Preto por rádio tão logo chegamos ao cume.Nos despedimos de todos com muita alegria e prévia saudade.Foi uma experiência marcante com os amigos e com pessoas que passamos a conhecer e gostar.Agradecemos ao Castilho,que foi ali batizado de Zaca pelo Agenor e ao Dênis,que nos rendeu um grande momento de gargalhadas.Esse foi o TREPATORS 3 .



  Este foi o momento "Lagoa Azul".                  Este foi o momento "Gladiador".   


 LAPINHA DA SERRA. Fotos diversas.

 
                                                                      "Nhac!"

 
                                Só faltou o patinho de borracha.

 
                                             LAPINHA DA SERRA / MG

 
                                                            SAUDADES!





 INFORMAÇÕES TÉCNICAS: 
PICO DA LAPINHA

Altitude: 1686m
Distância BH-Lapinha: 135 km
Dificuldade:Fácil a Moderada.
Tempo de caminhada:Aproximadamente 2 horas.


AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Aos simpáticos guia Preto e Tia Cláudia.





Equipe TREPATORS 3 : Dênis,Heraldo,Luís,De Oliveira,  Agenor, Soares, Zaca e Moreira.